Comemoração (e desabafo) YAAAAY

Este devlog é um postmortem para remanescer, reclamar e comemorar. Não recomendo ler antes de jogar, ou se você já não me conhece, porque soarei bastante dramática. Escrever isso é uma recompensa que darei à mim mesma, posso falar sobre o que gosto o tanto que eu quiser e ninguém vai me impedir.

A primeira imagem em anexo descreve perfeitamente como me senti durante 40% do processo de desenvolvimento. Como é possível ver no canto da tela, era dia 7/2, sendo que comecei na madrugada do dia dia 9/1, uma queda de moral incrivelmente rápida. 

Era pra ser um projeto rápido e besta, pra combinar com o quão tosca a ideia em si é. Pensei que terminaria em 2 dias, que de alguma forma viraram 4 meses (com eventuais (múltiplos) hiatos de uma ou duas semanas por pura preguiça/responsabilidades com a faculdade). A cada coisa que eu terminava, mais duas ideias surgiam na minha lista de afazeres. O trabalho que vai mesmo em jogos simples é severamente subestimado.

Foi 1 mês só pra escrever todo o diálogo, porque é discutivelmente a parte mais entediante de se fazer e me deixava procrastinando, além de ser muito mais difícil escrever uma conversa onde só um personagem pode falar sem ter qualquer retórica do MC. E está tudo bem, desde o início decidi que seria um passatempo relaxante e que eu não me forçaria um prazo que tiraria a diversão da produção do jogo.

Mesmo tendo me aprofundado em certos tópicos de programação, também tiveram features descartadas pela dificuldade de implementação ser muito maior que o valor agregado. Por exemplo, poder pegar ela na forma de chibi com o mouse, mover ela pela tela e soltar deixando ela cair de cara no chão. A documentação sobre drag and drop é surpreendemente complexa, e não encontrei tutoriais pra esse tipo de set-up. Então, essa mecânica foi substituída por você poder clicar no chibi pra receber um feedback de humor baseado nas necessidades, porcentagem de conexão e data. Menos engraçado, mas mais útil e fácil de arranjar.

Apesar de tudo, o processo foi incrivelmente divertido. Pude ver em primeira mão como ficava mais rápida pra pensar em soluções a cada gambiarra horrivelmente arranjada, mas que funciona como deveria (exemplo: o relógio/sistema de dias e horas, uma olhada faria um programador inteligente e experiente de verdade cometer suicídio de tanto desgosto). 

Ou meus desenhos ficando um pouco melhores a cada cutscene, em um ponto onde precisei voltar e tentar corrigir as primeiras que fiz por causa da discrepância em qualidade. Em algum ponto, aceitei a arte torta como um charme do jogo, algo que posso ter como comparação em relação à futuros jogos. Espero que possam ver dessa forma também.

A outra imagem são as estatisticas finais antes de deletar meus saves/persistent para fazer uma playthrough oficial de teste. 14 mortes. nada mal. O simples fato de olhar tanto pra essa criaturinha, que protagoniza o jogo, e a redesenhar tanto em várias versões, criei certo apreço por ela. O nome canônico seria é Tamago (traduz literalmente pra "ovo") mesmo, aliás. É o que vai ser selecionado se você pular a cena que te dá a opção de decidir. E 'tamago-chan' é pra ser um trocadilho com 'tamagotchi'. Parece óbvio, porém precisei explicar algumas vezes.

Cada pequena vitória de fazer uma coisinha besta ser consertada culminou em um projeto do qual realmente posso me orgulhar. Não ficou perfeito, seria impossível, mas ficou o mais perto que consegui no momento. É revigorante, recompensador, e um alívio imenso. Mesmo que apenas duas pessoas cheguem no final dos 15 dias, ainda estarei feliz em saber que lhes proporcionei a melhor experiência possível dentro da minha alçada. 

Esse é o sentimento de "definitivamente houve uma tentativa, existe potencial nessa pessoa" que quero transmitir. Se aqui não foi possível, será no meu próximo jogo (final de agosto), ou até depois disso, quando eu ficar boa de verdade nesse passatempo que, sem sobra de dúvida, consome uma quantidade ridícula de tempo. Muito obrigada aos que me ouviram me lamuriar e deram feedback ao longo do caminho. 

Não é muito, mas é trabalho honesto.

Até a próxima!

Atte., Shortberry